terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Entrevista com Henrique Portugal, do SKANK.

Por Maíra Streit

Ele é tecladista e um dos fundadores do SKANK, uma das mais importantes bandas do pop rock brasileiro. Além de suas atividades como músico, hoje Henrique Portugal comanda o programa “Frente”, na rádio UOL, dando espaço para grupos independentes. Em entrevista exclusiva para a Agência de Notícias do Iesb (Aniesb), ele fala sobre o avanço das novas tecnologias e como elas têm ajudado a promover o trabalho dos artistas em início de carreira. 

Que mudanças você percebe na maneira de fazer música desde o primeiro CD do SKANK, em 1993, comparando aos dias de hoje?
 A música mudou bastante, mas uma bela canção sempre terá o seu espaço.

De que forma a popularização da internet tem influenciado a relação da banda com os fãs? Ela trouxe uma proximidade maior?
A internet transformou a relação dos artistas com o seu público. Hoje ela é mais direta. A escolha do repertório para o nosso próximo álbum, por exemplo, foi feita com uma enquete no site do SKANK.

Com as ferramentas tecnológicas cada vez mais acessíveis à população, as gravadoras estariam com os dias contados?  
Hoje temos no Brasil estúdios maravilhosos, bons produtores, mas o número de lançamentos de artistas nacionais está caindo. Somos um dos poucos países do mundo onde a música local é maior que a música anglo-saxônica. Mas estamos perdendo espaço devido à crise das gravadoras. Não acredito que elas estejam com os dias contados, mas estão mudando de função, estão se adaptando aos novos modelos de negociação e formato digital.

Que bandas você destaca como os novos sucessos da internet?
No Brasil, temos a banda Catchsite que tem mais de 1 milhão de execuções em sua página do Myspace, mas o primeiro grande hit da internet foi, sem dúvida, a Mallu Magalhães.

Qual a sua visão sobre os downloads gratuitos de música? Eles ferem a questão dos direitos autorais?
Cada um pode fazer o que quiser com a sua música. Eu acho que o grande problema é que o formato físico ainda não morreu e o digital ainda não se estabeleceu. Com isto existe uma geração que está se formando agora que acha que música não é uma coisa que se compra, mas que se ganha ou baixa na internet. Isto está comprometendo a viabilidade de você viver somente de música. Mas esta é uma longa discussão...

Mais informações: www.programafrente.com.br 

Publicado pela Agência de Notícias do Iesb (Aniesb), em junho de 2010.
Foto: Divulgação

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